Portugal 2-4 Alemanha | Análise do jogo
- Jorge Mendes
- 20 de jun. de 2021
- 3 min de leitura
Após uma vitória complicada (embora por números expressivos) frente à Hungria, era elevada a expetativa portuguesa para o embate frente à Alemanha, que por sua vez partia para o embate frente ao campeão europeu pressionado pela derrota prévia frente à França.
Ambos os técnicos não fizeram alterações nos respetivos 11's, embora fosse expectável a inclusão de Renato Sanches em detrimento de Bernardo ou Jota.
Os alemães acabaram por levar a melhor por 4 bolas a 2 e baralharam as contas do grupo.

Tal como o esperado, foram os alemães a ter a iniciativa no jogo, com Portugal na expetativa e a procurar saídas rápidas para o ataque, tentando apanhar a seleção de Joachim Low em contrapé.
Num momento onde a Alemanha estava por cima, é num canto defensivo que a equipa portuguesa consegue surpreender a seleção da casa, com Cristiano Ronaldo a ganhar a bola de cabeça, com esta a sobrar para Bernardo Silva que, de forma sublime, conduz para o ataque e solta para Diogo Jota com precisão, com Jota a surgir sozinho devido ao arrastamento de Havertz, provocado pela movimentação de Cristiano Ronaldo. Na cara do golo Diogo Jota adoça a bola para Ronaldo que só tem de empurrar para o 1-0.

Os alemães contruíam em 3+2, com os alas projetados e enorme mobilidade do trio de ataque a procurar a bola no espaço por trás da linha média portuguesa.

Os alemães colocavam muita gente à frente da linha da bola, como podemos ver nesta imagem. Os alas (Gosens e Kimmich) bem projetados, com o trio de ataque a jogar por dentro e, neste caso, até Gundogan procurou entre linhas, projetando com a participação dos centrais no processo ofensivo, criando uma situação de 6x4 face ao setor defensivo português.

Aos 34 minutos, Kimmich, de pé esquerdo, descobre Robin Gosens sozinho a entrar ao segundo poste. Gosens, que já havia marcado anteriormente (embora tivesse sido invalidado), coloca a bola para o coração da área onde Havertz se antecipa a Rúben Dias, com este a colocar a bola na sua própria baliza.

Pouco tempo depois a Alemanha vira o marcador com mais uma bola colocada para o segundo poste, onde se encontravam em superioridade numérica (2x1) com Guerreiro a fechar dentro e Jota a não acompanhar o movimento de Kimmich. Desta feita foi Guerreiro a introduzir a bola na própria baliza colocando os alemães na frente.

Ao intervalo, Fernando Santos optou por trocar Bernardo Silva por Renato Sanches mas os problemas da equipa das quinas mantiveram-se. Nesta imagem vemos a bola a entrar em Gosens e a linha média portuguesa batida, ficando a Alemanha numa situação de 5x4 para a linha mais recuada de Portugal.

O 3-1 não tardou a acontecer, novamente com Gosens a surgir livre de marcação ao segundo poste e a oferecer o golo a Havertz. Gnabry fixou Semedo dentro e a falta de acompanhamento de Sanches fez com que o lateral da Atalanta tivesse tempo e espaço para executar.

O 4-1 surge a bater a hora jogo, com um cruzamento da direita para o segundo poste, onde Gosens, uma vez mais surge solto para marcar de cabeça. Rafa, recém entrado, não se colocou entre o adversário e a baliza, permitindo com que este tivesse liberdade para finalizar sem grande dificuldade.

Pouco depois, na sequência de um livre lateral, Portugal reanimou a partida com uma bola ao segundo poste, onde Ronaldo, Dias e Pepe estavam em superioridade face aos alemães (3x2), com Ronaldo a não desistir do lance e a tocar a bola para o interior, onde Diogo Jota surge sozinho para reduzir para 2-4.

A Alemanha superiorizou-se a Portugal e os números até foram simpáticos para a avalanche alemã. Portugal teve imensa dificuldade no controlo da largura ao longo de todo o encontro, aliada à enorme passividade na Organização Defensiva, fazendo com que os alemães conseguissem atrair a um lado e variar o flanco para as costas de Nélson Semedo (muitas vezes com apoios mal colocados e sem auxílio) onde Gosens foi letal.
O facto da Alemanha em posse projetar os alas fazia com que formassem uma linha mais avançada de 5 elementos contra os 4 defesas portugueses, criando constantes situações de superioridade numérica.
Posto isto, a França lidera o grupo com 4 pontos, seguida por Alemanha e Portugal com 3, com a Hungria no último lugar com 1 ponto apenas.
Na última jornada temos um Portugal x França e um Alemanha x Hungria onde tudo se vai decidir.
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